Para uma boa pescaria é preciso ter cana, linha, anzóis e isco. Também é preciso ter conhecimentos sobre as marés, os hábitos dos peixes, os melhores pesqueiros e sobretudo uma paciência interminável, só ao alcance daqueles que na infância foram poupados ao trauma de acompanhar um viciado nesse desporto, a quem a tarde-noite em Sagres estava a correr demasiado bem...
  
Prefiro a fotografia. Às vezes basta uma máquina e alguns pescadores.

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As manifestações de ontem juntaram um pouco por todo o mundo aqueles que se indignam contra os dogmas ditados pelos governantes, contra as regras de um jogo em que é cada vez maior o número dos derrotados e cada vez maior o prémio dos que o vencem. 

O protesto de Lisboa reuniu, neste sentimento de indignação, pessoas de todas as idades, crenças e ideologias (e algumas contraditórias entre si), numa celebração pelo direito a soluções alternativas. Soluções que não acicatem ainda mais as desigualdades da nossa sociedade, como defendem os paladinos da austera inevitabilidade.

O protesto foi uma festa. Teve uma banda de metais a tocar músicas de Bob Marley, grupos de tambor em ritmos animados, milhares de vozes em uníssono nas canções de protesto ritmadas por palmas que nunca se calaram. Infelizmente, vendo as notícias de hoje, dá-se um destaque exagerado ao incidente nas escadas da Assembleia que, a meu ver, só aconteceu porque o espaço era demasiado pequeno para uma multidão que ultrapassou as melhores expectativas dos organizadores.

Foi mesmo uma festa a que me juntarei sempre que a convocarem. Até que seja inevitável considerarem outras soluções que não ataquem as pessoas.  
Sol, velas desfraldadas no Tejo e pézinhos ao léu. É mesmo preciso mais alguma coisa?
Uma das primeiras tiradas com uma 50mm 1.4. Meia hora antes de a deixar cair ao chão...
Fim de tarde domingueira em Cascais. Depois de agarrar o incontornável gelado no Santini, vagueámos até à beira do mar onde gaivotas e humanos disputavam os melhores lugares para assistir ao ocaso sobre a vila.